quinta-feira, 9 de dezembro de 2010



Veredas: Diamictitos (Tilitos do Proterozóico)


“(...) refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome”.
Salmo 23:3
Thamyres Sabrina Gonçalves

As veredas são subsistemas úmidos que participam do controle do fluxo do lençol freático, desempenhando um papel fundamental no equilíbrio hidrológico dos cursos
d água no ambiente do cerrado. Constitui-se num sistema represador da água armazenada na chapada, sendo importante para a perenização dos córregos, ribeirões e até mesmo dos rios, a jusante destes sistemas. Representam também um ambiente de grande relevância dentro do cerrado, por serem responsáveis pela manutenção e
multiplicação da fauna terrestre e aquática. Esses ambientes, entretanto, são sensíveis à alteração e de pouca capacidade regenerativa, quando perturbados.
É necessário, portanto que se busque conhecer toda a dinâmica desse importante ambiente natural afim de que possamos preservar á biodiversidade brasileira e principalmente o bioma Cerrado que necessita com total urgência de apoio e proteção ambiental, pois tem sido um dos biomas mais devastados e degradados no meio ambiente, tendo destruídas sua fauna,flora e também seu patrimônio espeleológico.
A estrutura Geológica do terreno influencia em todo seu sistema de funcionamento e apesar da importância das veredas, poucos são os estudos publicados á respeito das formações geológicas de ambientes de veredas o que se faz bastante necessário.
Mesmo regionalmente, as veredas podem apresentar-se sob diferentes condições ambientais. No Triângulo Mineiro, as veredas ocorrem em grande densidade, em diferentes superfícies geomórficas. Nesta região, cada superfície geomórfica representa um ambiente peculiar, implicando em atributos diferenciais de seus recursos naturais, padrões de uso e resistência à perturbação. Contudo a composição das rochas, do solo e todos os tipos de minerais que estão envolvidos no processo de formação e existência e conservação das veredas nos indicam muito á respeito de como devemos tratá-las e como fazer para ajudar na sua conservação e em sua proteção como integrante do bioma cerrado que é o segundo maior bioma nacional e possui uma biodiversidade que em grande parte está sendo ameaçada de extinção; isso traria grandes problemas ambientais.

Diamictito

Diamictito é uma rocha de origem sedimentar formada por clastos e fragmentos de rochas pré-existentes com uma grande gama de tamanhos e com abundante matriz lamítica, síltico-argilosa. O termo diamictito foi criado para rochas tanto pobremente selecionadas quanto pobremente laminadas, sendo puramente descritivo e, portanto, não tendo nenhuma conotação genética. É aplicado a rochas de diversas origens, como por exemplo, tilitos de origem glacial, deslizamentos em taludes marítimos, deslizamentos causados por vulcões, conhecidos como lahar e etc.

Tilito

Rocha sedimentar formada pela compactação e cimentação de TILL. Este é geralmente composto por material não estratificado depositado diretamente por gelo glacial. O TILL apresenta uma granoclassificação pobre, com material variando de argila a calhaus. Os clastos são angulares por não serem sujeitos a importante transporte por massas de água.

Proterozóico

Na escala de tempo geológico, o Proterozoico (do grego (proteros = anterior) + (zoikos = de animais)) é o éon que está compreendido entre 2,5 bilhões e 542 milhões de anos, abrangendo quase metade do tempo de existência da Terra. Sendo o mais recente éon do Pré-Câmbrico, sucede o éon Arqueano e precede o éon Fanerozoico. Divide-se em três eras. Em algumas obras ainda se pode encontrar o termo Algônquico (ou Algonquiano) que, entretanto, entrou em desuso.
Subdivisões: Ao contrário do que sucede para as eras que se seguem ao Proterozoico, os limites entre as três eras do Proterozoico não são definidos por estratotipos mas por datação absoluta.
Registro Geológico: O registro geológico do Proterozóico é muito melhor que o do Arqueano. Ao contrário dos depósitos de águas profundas do Arqueano, no Proterozoico ocorrem muitos estratos que foram depositados em extensos mares epicontinentais pouco profundos; além disso, muitas destas rochas foram menos metamorfizadas que as do Arqueano, são abundantes e inalteradas. O estudo destas rochas mostra que neste éon ocorreu acreção continental rápida e maciça (exclusiva do Proterozoico), ciclos supercontinentais, e actividade orogénica totalmente moderna. As primeiras glaciações ocorreram durante o Proterozoico; uma delas iniciou-se pouco depois do início deste éon, enquanto que ocorreram pelo menos quatro durante o Neoproterozoico, culminando na Terra bola de neve da glaciação Varangiana.

Veredas
A Vereda é um tipo de vegetação com a palmeira arbórea Mauritia flexuosa (buriti) emergente, em meio a agrupamentos mais ou menos densos de espécies arbustivo-herbáceas. As Veredas são circundadas por campos típicos, geralmente úmidos, e os buritis não formam dossel (cobertura contínua formada pela copa das árvores) como ocorre no Buritizal. A literatura indica três zonas ligadas à topografia e à drenagem do solo: ‘borda’ (local de solo mais seco, em trecho campestre onde podem ocorrer arvoretas isoladas); ‘meio’ (solo medianamente úmido, tipicamente campestre); e ‘fundo’ (solo saturado com água, brejoso, onde ocorrem os buritis, muitos arbustos e arvoretas adensadas). Estas zonas têm flora diferenciada. As duas primeiras zonas correspondem à faixa tipicamente campestre e o ‘fundo’ corresponde ao bosque sempre-verde, caracterizado assim pela literatura. Em conjunto essas zonas definem uma savana.
Principais Características: Na Vereda os buritis adultos possuem altura média de 12 a 15 metros e a cobertura varia de 5% a 10%. Assim como no ‘Parque de Cerrado’, esta cobertura refere-se a um trecho com as três zonas da Vereda. Se consideradas somente a ‘borda’ e o ‘meio’, a cobertura arbórea pode ser próxima de 0%. Se considerado o ‘fundo’, a cobertura sobe para porcentagens acima de 50% em alguns trechos, com uma vegetação densa de arbustos e arvoretas, efetivamente impenetrável em muitos locais. As Veredas ocorrem em solos argilosos e mal drenados, com alto índice de saturação durante a maior parte do ano. Geralmente ocupam os vales pouco íngremes ou áreas planas, acompanhando linhas de drenagem mal definidas, quase sempre sem murundus (microrrelevo, em forma de montículo, típico de algumas formações vegetais do Cerrado). Também são comuns numa posição intermediária do terreno, próximas às nascentes (olhos d’água), ou nas bordas das cabeceiras de Matas de Galeria. A ocorrência da Vereda condiciona-se ao afloramento do reservatório subterrâneo de água (lençol freático), decorrente de camadas de permeabilidade diferentes em áreas de deposição de sedimentos do período Cretáceo (período geológico que se estendeu entre 141 milhões e 65 milhões de anos antes do período presente) e Triássico (período que está compreendido entre 251 milhões e 199 milhões e 600 mil anos atrás, aproximadamente). As veredas exercem papel fundamental na distribuição dos rios e seus afluentes, na manutenção da fauna do Cerrado, funcionando como local de pouso para a fauna de aves, atuando como refúgio, abrigo, fonte de alimento e local de reprodução para a fauna terrestre e aquática. Apesar desta importância, as Veredas têm sido progressivamente pressionadas em várias localidades do bioma Cerrado, devido às ações agrícolas e pastoris. Além disso, têm sido descaracterizadas pela construção de pequenas barragens e açudes, por estradas, pela agricultura, pela pecuária e até mesmo por queimadas excessivas. O simples pisoteio do gado pode causar processos erosivos e compactação do solo, que afetam a taxa de infiltração de água que vai alimentar os reservatórios subterrâneos.


Referências Bibliográficas:

Hallsworth, C.R., Knox, R.W.O'B.: Classification of sediments and sedimentary rocks. British Geological Survey, Research Report RR 99-03, p. 6.

Flint, R.F., Sanders, J.E., Rodgers, J. : Diamictite, a substitute term for symmictite.
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Walley, Robert. Introduction to Physical Geography. [S.l.]: Wm. C. Brown Publishers, 1992.

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MELO, D. R. de. Contribuição ao estudo geomorfológico de veredas: região de Pirapora, MG. 1978. 54 f. Monografia (Graduação em Geografia) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1978.

RESENDE, M. Mineralogy, chemistry, morphology and geomorphology of some soils of the central plateau ofBrazil. 1976. 237 f. Thesis (Ph.D.) - Purdue University, West Lafayette, 1976.

http://guarda-chuvaeguarda-sol.blogspot.com/2007/03/salmo-23.html

http://falandodedeus10.blogspot.com/2010_06_01_archive.html

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