segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sem ciência não dá


Se você acompanha a discussão em torno da revisão do Código Florestal, já deve ter ouvido o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), autor de uma proposta que desfragmenta a lei ambiental, dizer uma pá de vezes que ele considerou a opinião de todo mundo para construir seu texto – inclusive os cientistas. Nós já perdemos a conta.

Pois hoje os principais cientistas do país, representados pelas maiores e mais conceituadas organizações da área, a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e a ABC (Academia Brasileira de Ciências), desmentiram o Aldo publicamente.

Em uma coletiva de imprensa, em Brasília, eles divulgaram sua avaliação oficial sobre a proposta que Aldo e seus amigos ruralistas querem tratorar no Congresso. É o resultado de meses de trabalho das duas organizações, com a avaliação do que mais moderno a ciência produziu nessa área.

Para começo de conversa, dizem que é a primeira vez que os cientistas não foram ouvidos numa formulação ou revisão do código – que foi publicado pela primeira vez na década de 1930, veja bem. Aliás, eles esperaram o convite que deveria ter sido feito por Aldo no ano passado, quando era relator da comissão que discutia a reforma da lei, sem sucesso. E, por isso, resolveram fazer o trabalho por si.

A SBPC e a ABC também afirmam que dois anos seriam necessários para de fato se construir um texto de peso, que seja benéfico para o Brasil produzir e preservar ao mesmo tempo. “Se a lei hoje não é consensual, qual o sentido de trocar por outra sem consenso – e, pior, sem ciência?”, disse o pesquisador-sênior Antonio Nobre, coordenador do trabalho. Sem meias-palavras, pedem para que a votação prometida para o próximo mês na Câmara não aconteça.

Agora os fazem uma via-crúcis no Congresso e nos ministérios para entregar o material, inclusive para Aldo!!!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Norte de Minas


O escoamento do minério de ferro que será extraído na nova fronteira minerária, no Norte do Estado, deverá ser feito pelo modal ferroviário.

A definição do corredor logístico é considerada fundamental para que os projetos no Norte de Minas saiam do papel. A linha férrea permitirá o escoamento dacommodity pelo litoral da Bahia, ou até mesmo pelos principais portos do sudeste.

As reservas de minério de ferro no Norte do Estado são estimadas em 20 bilhões de toneladas, concentradas em uma área que abrange 20 municípios da região, entre eles Salinas, Rio Pardo de Minas, Grão Mogol, Porteirinha e Nova Aurora. Somente no ano passado, foram anunciados investimentos da ordem de R$ 9 bilhões por parte da indústria extrativa na região.

As reservas de minério no Norte de Minas, apesar do baixo teor de ferro, vêm atraindo a atenção dos investidores em virtude do aquecimento da demanda no mercado internacional. Conforme fontes de mercado já haviam informado, grandes grupos estrangeiros e nacionais possuem áreas na região e estão realizando inúmeras pesquisas.