terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Estudo revela: poucos jovens querem ser professores.

É preciso atrair os melhores candidatos a professor

Quando se fala em escolha profissional, uma impressão parece ter se espalhado pela sociedade: cada vez menos jovens querem ser professores.


"Nossos pais não querem que sejamos professores, mas esperam que existam bons professores. Assim, fica difícil"



Patrocinado pela Abril Educação, pelo Instituto Unibanco e pelo Itaú BBA, o estudo ouviu 1.501 alunos de 3º ano do Ensino Médio em 18 escolas públicas e privadas de oito cidades do país. Nos dois tipos de instituição, as profissões da área educacional estão longe dos primeiros colocados no ranking de escolhas para a faculdade . Nas públicas, a Pedagogia surge no 16º lugar e, nas particulares, em 36º. "Essas informações confirmam que a carreira tende a ser procurada por jovens vindos da rede pública, que em geral pertencem a nichos sociais menos favorecidos", afirma Bernardete Gatti, da FCC e coordenadora da pesquisa.

É um perfil semelhante ao dos atuais universitários da área. Segundo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), 80% dos graduandos em Pedagogia cursaram o Ensino Médio em escola pública (68% fizeram todo esse segmento nesse tipo de instituição). O pior: 30% deles são recrutados entre os alunos com piores notas. Ou seja, os poucos que querem ser professores são mal qualificados.


Brasil já sente as consequências dessa percepção: apenas no Ensino Médio e nas séries finais do Ensino Fundamental, o déficit de professores com formação adequada à área em que lecionam chega a 710 mil, de acordo com estimativa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep).